Na lei apenas 30 deputados estaduais no Piauí devem ser titulares, contudo hoje o piauiense pagador de impostos, sustenta cerca de 40 parlamentares. Dez estão cedidos para cargos de secretários no executivo.
O salário de cada deputado é hoje em torno de R$ 22 mil. Só a verba mensal de gabinete de cada um é por volta de R$ 80 mil. No ano passado os deputados receberam quase R$ 5 milhões de diárias e verbas indenizatórias, o que dá para cada um R$ 339 mil. Tudo isso revela o porquê do silêncio corporativo geral.
Como se isso tudo não bastasse, o presidente Themistocles Filho (PMDB) já anunciou que este ano fará mais um concurso para contratar mais técnicos de nível superior para assessorar os deputados.
No ano passado, a Polícia Federal, após investigar repasses suspeitos para deputados, fora afastada por uma decisão da justiça e no seu lugar entrou a Polícia Civil.
Themistocles está no terceiro mandato consecutivo na presidência do poder. Em todos esses mandatos não teve e não tem um só deputado que conteste qualquer ação na Alepi.
Na sua atuação alardeia que implantou a TV Assembléia e agora a rádio, boas medidas e, que seriam melhores ainda se o quadro de jornalistas fosse resultante de concurso público.
O pior é que corporativismo vai do PT, antiga oposição, para a atual, acanhadamente feita por três deputados do PSDB, que estão caladinhos da silva.
O deputado Merlong Solano (PT), que ensaiou criticar o poder logo que assumiu o mandato no começo de 2010, não demorou muito cedeu seu lugar a um suplente e assumiu a Secretaria de Cidades.
Como 2012 é um ano em que precisa-se de muita grana para financiar candidaturas municipais para que estas retribuam aos deputados em 2014, pode-se então depreender que todo mundo quer comer do bolo sem alarde e qualquer contestação.
Enquanto isso, o povo coitado, assiste a banda passar, banda esta amparada pelo corporativismo e pelo interesse político em garantir poder além de 2014.
Quem está fora e quer ser um dia deputado fica só no sonho. Se quiser fazer valer ideais e projetos através do legislativo tem que secar as canelas. Afinal, competir com quem tem combustível pago, uma ruma de assessores e muito dinheiro no bolso para gastar é quase impossível.
A verdade é que por essas e outras razões o modelo de democracia representativa está em baixa em todo mundo, cada dia mais desacreditado.
Então, qual a saída para mudar o legislativo? Ditadura não resolve e sim o aprofundamento da democracia participativa e direta. Maior fortalecimento do Ministério Público e dos órgãos de controle social na fiscalização e na cobrança de transparência.
Fonte: CF

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