Senadores decidiram, nesta quarta-feira, que
ex-dirigentes de entidades esportivas - como presidente e diretores de
clubes de futebol - terão que responder civilmente pelos contratos
firmados durante a gestão. Pelo projeto aprovado há pouco na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ), caso fique declarada a responsabilidade, o
ex-dirigente terá que pagar com bens particulares os prejuízos causados
aos clubes.
"A medida visa a diminuir riscos de que dirigentes
deixem dívidas insolvíveis para seus sucessores ou usem créditos
antecipados de forma irresponsável, sem possível responsabilização
posterior", defendeu o autor da proposta, senador Vital do Rego
(PMDB-PB). Para o parlamentar, a responsabilização é uma tentativa de
"moralizar" esses mandatos, "evitando que dirigentes 'esvaziem os
caixas' de seus clubes ou federações, tornando impossível gestão
futura", completou.
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que defendeu o texto
como relator da matéria, disse que a medida complementa os resultados
que foram conquistados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do
Futebol. Segundo ele, com a aprovação da proposta - que ainda precisa
passar pelo crivo de deputados federais -, as penalidades previstas na
Lei de Responsabilidade Fiscal serão estendidas a ex-dirigentes.
"O clube poderá pedir a expropriação patrimonial do
ex-dirigente. Essa medida inibe inclusive o problema de endividamento
excessivo dos clubes. Vai inibir corrupção e desmandos", destacou.
Alvaro Dias lembrou que a medida servirá como combate à corrupção.
"Dirigentes eram visivelmente corruptos e não havia dúvida da
desonestidade de alguns e (ainda) eram homenageados em vez de punidos",
lembrou.
Na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), os senadores já
tinham aprovado, pouco antes do início das votações na CCJ, novas regras
para a área esportiva. "A Lei Pelé não determina que todas as partes
eventualmente envolvidas nas negociações relativas às contratações e que
tenham direito à porcentagem futura do valor da cláusula indenizatória
por ocasião da venda de atletas profissionais sejam discriminadas.
O
projeto [PLS 428/12] corrige essa distorção e traz maior transparência a
tais transações", defendeu o senador Sérgio Souza (PMDB-PR), relator do
texto na CAS.
Fonte: Agência Brasil
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