Uma revista de circulação nacional, chamada Veja, está fazendo
circular esta semana uma reportagem que coloca o Piauí como último
colocado entre os estados brasileiros com capacidade para atrair investimentos estrangeiros.
A publicação, usando de um relatório de uma empresa
inglesa, classifica as "instituições piauienses de sucateadas e um
poder público deficiente. A infraestrutura é tão precária que a produção
precisa ser escoada por meio dos estados vizinhos. Para se ter uma
ideia, a construção do Porto de Luís Correia, obra que amenizaria o
problema, arrasta-se há mais de trinta anos".
A reportagem é fraca e enxerga apenas efeitos do subdesenvolvimento
piauiense. Coloca os estados do sudeste e sul maravilha lá nas alturas,
só faltando nos chamar de nativos, idiotas e incompetentes.
É importante ressaltar aqui que não interessa nos colocar como
patinho feio, com baixa autoestima ou mesmo achar que tudo que dizem
contra o Piauí deve-se revidar considerando ser preconceito.
O que é mais grave na mediocre reportagem da revista é o fato de
esconder as verdadeiras causas do atraso do desenvolvimento piauiense.
Prefere rotular e restringir-se aos efeitos, como já afirmamos.
Até parece que a lógica da reportagem é meramente
publicitária, do tipo fazer com que os governos dos estados mais pobres
da federação, notadamente daqueles que aparecem na laterna ou próximos
dela, usem mais adiante as páginas da revista e esta garanta mais faturamento.
Aliás, essa é uma estratégia públicitária, por demais surrada.
Aquela do tipo bater para depois - após fechar contrato publicitário -
destacar as ações do governo, mais precisamente, naquelas áreas
"potenciais de investimentos para atrair capitais de fora". Isto é claro, como dizia o falecido Donizete Adalto, em troca do "faz me rir".
Sim, quais são mesmo as reais causas do não desenvolvimento do Piauí?
Veja o exemplo: Na copa de 2014, os estados sedes, receberão
investimentos da ordem de R$ 100 bilhões. Como não ganhamos nem uma
subsede, portando até 2014 nada de investimentos em infraestrutura.
Basta ver com os próprios olhos uma das capitais do sul e sudeste
maravilha para verificar os investimentos na infraestrutura das capitais
e compará-la com Teresina. É uma diferença absurda! Há uma evidente
desigualdade regional histórica que deve ser continuamente combatida não
só pela classe política, mais por toda a sociedade piauiense.
No Piauí há uma concentração de poder e renda nas mãos dos mesmos
desde a emancipação política do Estado. E o pior, o poder político é
controlado por uma minoria que nunca plantou um pé de maxixe.
Como combater todo esse atraso? O presidente Lula já estendeu comida
aos mais pobres. Agora é a vez da educação. Sabe por que? porque
educação, além de libertar, emancipa, torna cidadãos comuns mais
exigentes em seus direitos e mais seletivos na hora da escolha de seus
representantes.
Por: CF
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