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Estudo aponta que futebol brasileiro segue modelo fracassado dos espanhois

 O que vale mais: uma liga equilibrada com vários clubes com chances de títulos ou uma outra com dois ou três clubes hegemônicos? De acordo com um estudo feito pela Roland Berger, uma das principais empresas de consultoria em gestão empresarial do mundo, a resposta é a primeira opção.

 

 

O levantamento feito pela empresa destaca que os campeonatos Alemão e Francês são os mais emocionantes entre as cinco principais da Europa. A pesquisa envolveu ainda outras três grandes competições do Velho Continente: Espanhol, Inglês e Italiano.          

Segundo o estudo “O quão emocionante são as maiores ligas de futebol europeu?" (How exciting are the major European football leagues?), a Liga Espanhola é a menos emocionante em razão do forte desequilíbrio entre os clubes.

“Nos últimos dez anos, a intensidade da concorrência diminuiu nas cinco ligas. O principal motivo é o desequilíbrio financeiro dos clubes que atuam nessas competições. As equipes de ponta apresentam ampla distância em comparação às equipes menores. Há casos em que essa distância é considerável, como na Alemanha e na França, por exemplo", observou Sebastian Maus, gerente de projetos de Bens de Consumo & Varejo da Roland Berger.
  
Desigualdade total

A citação de Maus evidencia o desequilíbrio financeiro encontrado, sobretudo, na Espanha. Real Madrid e Barcelona arrecadam mais de 50% dos dinheiro pago pelas transmissões de TV. No país ibérico, assim como no Brasil, as negociações são feitas individualmente.
Com isso, o que se vê é Barça e Real abocanhando verbas generosas.

Na temporada 2009-2010, por exemplo, cada um recebeu 140 milhões de euros. Os segundos colocados eram Atlético de Madrid e Valencia, que receberam 42 milhões de euros. Tenerife, Sporting, Malaga e Xerez foram os que receberam menos, com 12 milhões de euros.
 
O resultado se vê em campo. Real e Barcelona compartilharam nove dos últimos dez títulos disputados (foram seis títulos para o Barcelona e três para o Real Madrid). Apenas na temporada de 2011/12, as duas equipes terminaram 30 pontos à frente de seus rivais mais próximos.

Enquanto a dupla nada em dinheiro, a Liga Espanhola parece cada vez mais desvalorizada, em detrimento principalmente das Ligas Inglesa e Alemã. E o pior, muitos dos clubes pequenos encontram-se em estado quase que de insolvência. São 15 somente nas duas primeiras divisões, inclusive tradicionais como La Coruña, Zaragoza e Espanyol.

Espanholização

Curiosamente, os novos contratos de TV firmados entre Globo e os clubes do Brasileirão criaram uma “espanholização”. Hoje, Corinthians, São Paulo e Flamengo chegam a receber quase dez vezes mais que o piso, casos de clubes como Portuguesa e Ponte Preta.

Se a situação dos pequenos no Brasileirão já é ruim, pior ainda é a dos clubes das Séries B, C e D. Na segunda divisão nacional, são R$ 3 milhões de cotas a 18 clubes por quase 7 meses de disputa. As exceções são Palmeiras e Sport, que fizeram contrato individual e teriam direito a R$ 70 milhões e R$ 20 milhões, respectivamente.

Nas Séries C e D, os clubes recebem verdadeiras migalhas. Na Terceirona, a CBF havia prometido uma cota total de R$ 500 mil. No final das contas, porém, os clubes foram obrigados a se contentarem apenas com uma ajuda de custo para passagens, hospedagens e taxas de arbitragem, assim como ocorre na Série D.

          Igualdade social

Hoje, o exemplo de igualdade na distribuição são o Alemão e o Inglês. No caso das cotas na Alemanha, o valor é dividido entre a primeira e segunda divisões. Sãos 75% para a elite e 25% para a segunda divisão. A divisão é feita coletivamente e as diferenças são mínimas. Fato que gera reclamações do poderoso Bayern de Munique.

“A Bundesliga está cada vez mais organizada e implementando normas que deixam a competição ainda mais atrativa. A Alemanha caminha a passos largos para se tornar um dos países mais fortes nesse esporte”, complementou Maus.

 Confira abaixo as divisões de cota do Brasileirão 2012:


Grupo 1 - Flamengo e Corinthians: R$ 84 milhões;

Grupo 2 - Vasco, Santos, Palmeiras e São Paulo: R$ 75 milhões;

Grupo 3 - Cruzeiro, Atlético-MG, Grêmio, Internacional, Fluminense e Botafogo: R$ 50 milhões;

Grupo 4 - Coritiba, Sport e Bahia: R$ 30 milhões;

Grupo 5 - Atlético-GO, Figueirense, Náutico, Ponte Preta e Portuguesa: R$ 18 milhões.

 
OBS: O valor acima é fixo e não conta com as porcentegens do pay-perview. O Corinthians chegou a receber valores próximos a R$ 150 milhões. Já o São Paulo abocanhou R$ 115 milhões.

 Confira outros critérios de divisão de cotas pela Europa:

 Itália- 40%: dividido igualmente entre todos;

- 30%: de acordo com o mérito esportivo (5% de acordo com a classificação do último campeonato, 15% de acordo com a classificação dos últimos cinco campeonatos e 10% de acordo com a classificação histórica, levando-se em conta títulos e rendimentos);

- 30%: baseado no tamanho da torcida (5% de acordo com a população da cidade onde está o clube e 25% pelo tamanho da torcida, levando em conta as pesquisas do gênero).


 Inglaterra- 50% divididos igualitariamente entre todos os clubes;

- 25% baseados na classificação final da temporada anterior (o campeão recebendo 20 vezes mais o valor que recebe o último clube da lista);
- 25% variáveis de acordo com o número de jogos transmitidos na televisão.

 Francês- 50% dividido igualmente entre todos os clubes;

- 30% de acordo com o mérito esportivo (25% com base no último campeonato e 5% na média das
classificações dos últimos cinco anos);

- 20% baseado nas audiências dos jogos transmitidos pela TV.

Fonte: AFI

1 comentários

  1. Anônimo says:

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